Já não sei bem há quanto anos o yoga está presente na minha vida. Oito, nove...? É, possivelmente, das coisas mais estáveis que tenho e à qual recorro mais vezes. A certeza de que posso sempre virar-me para o meu tapete de yoga, ou até mesmo um livro sobre yoga e saber que ali vou encontrar alguma coisa. Algum tipo de resposta.
Ultimamente, tenho-me dedicado a pensar no que pretendo fazer. Qual será o meu talento/dom; aquilo que é suposto eu fazer nesta vida. Muitos dizem que o sentido de realização acontece quando estamos a cumprir o nosso destino, quando fazemos realmente o que nos preenche o coração. Mas ninguém explica como se chega a essa parte.
"In this world, there is no purifier like wisdom; in time, one who is oneself perfected by yoga finds that wisdom in the self. / With wisdom as the highest goal, controlling the senses, and filled with trust, one reaches wisdom. Then, with wisdom reached, one goes quickly to the highest peace."
The Bhagavad Gita
Dito assim, parece fácil. Bastaria praticar yoga. Mas talvez se trate de uma prática de yoga que eu, até hoje, não consegui alcançar. Para começar, o que mais me falta é disciplina. Logo aqui, uma palavra fundamental para o yoga. Não pratico regularmente, também não medito regularmente, não me alimento correctamente (de acordo com os parâmetros do yoga), não sigo propriamente os yamas e nyamas (mais sobre isto num post futuro, quem sabe...). Pessoalmente, parece-me muito difícil conjugar tudo isto no mundo actual e às vezes é mesmo complicado encaixar todas estas coisas na vida que tenho. Mas, muitas vezes, penso que deveria fazer mesmo alguma coisa para encontrar o meu lugar.
Não pratico e nunca pratiquei yoga apenas pelos benefícios físicos. Embora, goste imenso da flexibilidade que dá ao corpo e que elimina muitas dores e contracções musculares, o melhor que fica após uns minutos de yoga é mesmo a sensação de bem-estar e a leveza da alma.
Admito que não me faltam óptimos motivos para esticar o meu tapete todos os dias, quatro vezes por semana, três... O que fosse, mas também sempre reconheci uma máxima do yoga: respeitar o nosso corpo e irmos ao nosso encontro e, de momento, sei que ainda não é altura para praticar yoga regularmente. Mas tenho meditado uns minutos antes de adormecer. Respiro devagarinho e durante esses minutos sinto apenas a respiração e o meu corpo.
E fico melhor.